Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2008

A mídia insiste que menos mulheres foram eleitas

Por Edneide Arruda Quem acompanha a cobertura jornalística do resultado das eleições municipais deste domingo, no Brasil, quando novos prefeitos e prefeitas foram escolhidos, recebe uma notícia errada: a mídia trabalha com o discurso de que o percentual de mulheres eleitas em 05 de outubro, para administrar cidades pelo país a fora, não aumentou. Um discurso fora de sintonia com a realidade. Em entrevista que concedeu à imprensa, após as eleições, o presidente Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, afirmou que o número de mulheres eleitas para o cargo de prefeita aumentou em 2008: as mulheres passarão a ocupar 9,16% dos cargos municipais. Também segundo o presidente do TSE, as mulheres prefeitas eram 7,32% em 2004 e 5,72% em 2000. Á mídia cabe tão-somente o papel de divulgar o resultado eleitoral. Mas, confundindo a audiência, a mídia trabalha com um discurso desestimulante: o de que o resultado das eleções não atinge os 30% exigidos dos partidos. Neste caso, confunde ...

Mães que matam: Overdose midiática incrimana antes dos julgamentos

Por Edneide Arruda Nos últimos tempos a mídia brasileira, com destaque para a televisiva, oferece uma pauta aos telespectadores que, em geral, é uma verdadeira overdose de tragédias. Trata-se do noticiário sobre tragédias humanas em que mães que, sofrendo distúrbios, abandono, rejeição, surto ou a dor de viverem na miséria, matam seus filhos. Sem maiores análises capazes de refletir sobre as causas destes atos tão trágicos, a mídia primeiro cria um cenário de horror e execra as acusadas, depois as ouve. O telespectador atento pode perceber que em nenhum momento aparece a figura masculina, também responsável pela existência destas crianças. Estas mães são criminosas sim, não se defende o contrário. Logo, devem ser julgadas e, comprovadas as acusações, punidas. Mas antes que tudo isso aconteça, o que se testemunha é uma ação midiática mais incriminatória que reflexiva e investigativa contra estas infelizes mulheres. O pior detalhe é que esta overdose midiática de tragédias humanas entra ...