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O Ceará e sua "heroína"

Por Edneide Arruda

Recebi da feminista Fernanda Kopanakis, mensagem com a informação que de historiadores, estudiosos e prefeitos da região do Cariri, no estado do Ceará, estão a fazer uma campanha em favor do tombamento da igreja de Nossa Senhora do Rosário, pequeno templo localizado em Itaguá, distrito de Campos Sales - que fica no Cariri Oeste, região situada na divisa com o estado do Piauí.

Qual seria a importância desse movimento, que quer chamar a atenção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Secretaria Estadual da Cultura (Secult) ?

É que no interior do pequeno templo está enterrada Bárbara de Alencar, avó do escritor cearense José de Alencar. Seu túmulo se tornou um dos pontos de visita de quem vai a Campos Sales. Mas a relevância de Bárbara, neste contexto não é apenas pelo fato de ela ser avó do ilustre escritor cearense.

Nascida em 11 de fevereiro de 1760, na cidade de Exu, interior de Pernambuco, Bárbara foi uma das primeiras mulheres a se envolver em política: foi presa em Fortaleza em 1817, por participar de movimentos em prol da Independência do Brasil e por ter liderado o movimento que proclamou a República no Crato, uma extensão da Revolução Pernambucana. Em represália, a corte a manteve presa por quatro anos, transferindo-a para várias prisões em Fortaleza, Recife e Salvador.

Considerada a primeira mulher presa política do Brasil, ela ganhou a liberdade em 17 de novembro de 1821, por ocasião da Anistia Geral. Em 1824, seus três filhos homens entram na luta que se chamou Confederação do Equador e que incendiou as províncias nordestinas. Nesta luta, ela viu morrer dois dos seus filhos, Carlos de Alencar e Tristão Gonçalves de Alencar Araripe.

Mais do que necessário o reconhecimento a esta heroína brasileira.

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