Por Edneide Arruda
A Agência Carta Maior publicou em julho de 2004, uma entrevista com a então relatora da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados, Maria do Rosário, deputada federal pelo PT, do RS, fazendo um balanço sobre o trabalho desenvolvido pela comissão.
A Agência Carta Maior publicou em julho de 2004, uma entrevista com a então relatora da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados, Maria do Rosário, deputada federal pelo PT, do RS, fazendo um balanço sobre o trabalho desenvolvido pela comissão.
Segundo o texto, assinado por Marco Aurélio Weissheimer, o relatório final da CPI “faz uma análise do fenômeno da exploração sexual no Brasil, traça uma radiografia dos pontos existentes no país, pede o indiciamento de 250 pessoas, entre as quais empresários, líderes religiosos e políticos, e recomenda mudanças na legislação e adoção de políticas públicas de combate.”
O resgate desta entrevista, oportunamente quando da criação deste blog, se dá porque, nela a parlamentar analisa a responsabilidade da mídia pelo processo de degradação da figura da mulher e da sua sexualidade, assim como desvalorização da arte, da dança e das riquezas e expressões culturais brasileiras.
No texto intitulado "Exploração da mulher na mídia estimula violência sexual", a deputada diz criticamente: “As estratégias de comunicação em geral, vinculadas ao mercado e à necessidade de vender produtos, geraram uma relação muito direta entre consumo, prazer e poder. E a mulher aparece aí quase que como o próprio produto de consumo.
É assim que se vende cerveja, é assim que se vende carro, é assim que se vendem máquinas de lavar roupa - por motivos óbvios -, se vende qualquer coisa a partir da figura feminina, especialmente a partir do corpo da mulher”. Completo este pensamento, afirmando que também é assim que se vende música popular no Brasil. São composições, em geral, de muito baixo apelo, cujo prato principal é a sexualidade, mostrada na imagem televisiva pela dança insinuante, exibida como arte. Admito que eu nem precisava escrever.
A própria parlamentar, que tem um olhar penetrante na mídia, faz o complemento: “o que acontece no caso da menina que imita a dança do tchan e um determinado comportamento de um artista que representa esse símbolo de sexualidade, é que ela está jogando de forma simbólica, está brincando com isso, e pensando sobre ela adulta.
Mas os adultos que a vêem produzindo isso dessa forma constroem sobre ela circunstâncias de poder, de sexualização precoce e de violência”.Interessados em conferir a entrevista de Maria do Rosário, reproduzida no Portal Violência Contra a Mulher, é só clicar aqui.
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