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FASCISMO CENSURA 43 LIVROS EM RONDÔNIA



A semana se encerrou com a desmoralização de um governo fascista. Trata-se do Governo do Estado de Rondônia, que é comandado pelo Major Marcos Rocha, do PSL, ligado ao presidente Bolsonaro.

Na quinta-feira, 6, o secretário de Educação do Estado, Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu emitiu às coordenadorias regionais de educação do Estado, o memorando 4/2020 (cópia abaixo) determinando o recolhimento de 43 livros de escritores nacionais e internacionais, o argumento fascista de se tratarem de obras que contêm “conteúdos inadequados às crianças e adolescentes”.


 

Entre as obras listadas estavam Macunaíma - O herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade; Poemas Escolhidos, de Ferreira Gullar; Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca; Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues; Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis; O Ventre, de Carlos Heitor Cony, e O Castelo, de Franz Kafka.

 

O memorando assinado pelo secretário de Educação da Seduc, Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu, alertava ainda os educadores a ficarem “atentos às demais literaturas já existentes ou que chegam às escolas”.

A medida fascista caiu nas redes socais e logo atraiu o repúdio público. Em nota a Academia Brasileira de Letras (ABL) afirmou: "Trata-se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão”. Atenta a estes tempos de violência, censura e apologia ao ódio, a ABL destacou que não admite posturas de ódio à cultura, preconceito, autoritarismo e autossuficiência “que embasam a censura".

O secretário de Educação tentou se refazer do absurdo dizendo que o memorando, por ele assinado, era falso. Mas a mentira caiu por terra. Foi desmoralizado pela Folha de São Paulo, que encontrou imagens do documento dentro do sistema do governo.  

Sem saída, Suamy Vivecananda afirmou que não acompanhou os trabalhos da secretaria e teve de voltar atrás na medida esdrúxula de recolher obras que têm o reconhecimento internacional.

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