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O MACHISMO DE HANS NÃO SOBREVIVEU ÀS VERDADES EXPOSTAS


Por Edneide Arruda




                             Hans particida CPMI das Fack News, na Câmara dos Deputados


Hans River Nascimento, o ex-funcionário da Yacows, agência de disparo de mensagens pelo WhatsApp, deverá comparecer novamente à CPMI das Fack News do Congresso  Nacional, para prestar novos depoimentos e, caso fique comprovado que ele mentiu para os parlamentares na audiência da semana passada, ele poderá sair preso da Comissão. 

Na última terça-feira, 11, ao participar de uma audiência da CPMI das Fack News do Congresso Nacional, Hans mentiu sobre o crime de distribuição de notícias falsas, as chamadas "fack news", contra Fernando Haddad, do PT, adversário potente de Jair Bolsonaro, o que resultou na eleição do ex-deputado, para presidente da República. 

Hans deveria falar a verdade, contando o que sabe e o que fez no verão passado, que resultou na eleição da maior vergonha brasileira de todos os tempos: um ser humano misógino, violento, autoritário, limitado, ultraconservador e entreguista. 

Mas, confortável, em um universo majoritariamente masculino, ele achou mais cômodo mentir e agredir a repórter da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, afirmando: 

"Quando eu cheguei na Folha de S. Paulo, quando ela (repórter) escutou a negativa, o distrato que eu dei e deixei claro que não fazia parte do meu interesse, a pessoa querer um determinado tipo de matéria a troco de sexo, que não era a minha intenção, que a minha intenção era ser ouvido a respeito do meu livro, entendeu? 

Entendemos. Entendemos muito bem, o que este modelo de macho escroto tentou emplacar, em meio a um público privilegiado, o espaço político do Parlamento brasileiro, e diante dos holofotes da TV Senado e das principais TVs comerciais do País. Hans quis desqualificar uma profissional que, em reportagem veiculada em dezembro de 2018, revelou um crime eleitoral do qual ele fizera parte. Conforme matéria veiculada pela Folha de São Paulo, por meio de uma rede de empresas, Hans usou nomes e CPF falsos de idosos, para registrar chips de celular, e, assim, espalhar mentiras.  

Formado na mesma escola do crime, machismo, racismo, fundamentalismo e violência, o deputado Eduardo Bolsonaro, emendou: "Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Melo, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, é o que a Dilma Rousseff falava: 'fazer o diabo pelo poder'". 

De uma tacada só e sem escrúpulos, o filho do presidente ogro tentou desmoralizar uma jornalista e uma ex-presidente do país e, ainda angariar a platéia com o que há de mais abjeto, ultrapassado e descabível: reafirmar a ideia de que mulheres são incapazes de atuar brilhantemente. Para estes, as mulheres só terão sucesso se usarem o sexo como atributo. Eles não sabem que falta de caráter gera um tremendo (des)tesão em mulheres inteligentes e competentes. 

VERDADES E APOIOS

Mas, o machismo e o mal caratismo do jovem Hans não foi capaz de suplantar a verdade. Com provas - documentos obtidos na Justiça do Trabalho e registros de relatos do próprio Hans -, a Folha desmentiu o ex-funcionário da Yacows, revelando cada passo do processo de diálogo, ocorrido entre ele e a repórter (ver links abaixo). Do seu lado, desde então, a repórter tem recebido o apoio de muitos profissionais de imprensa, que desaprovam a postura vergonhosa de Hans. Em seu programa, Brasil Urgente, o âncora Datena destruiu o ex espalhador de fack news que, quando retornar à CPMI terá duas decisões a tomar: falar a verdade ou sair preso de dentro do Parlamento. 

Links: 

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/ex-funcionario-de-empresa-de-disparo-em-massa-mente-a-cpi-e-insulta-reporter-da-folha.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=comptw

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/veja-quais-foram-as-mentiras-a-cpmi-de-ex-funcionario-de-empresa-de-disparo-em-massa.shtml

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