Pular para o conteúdo principal

Imagem da mulher na mídia é tema de seminário

Por Edneide Arruda


A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), se reuniu este mês, em Brasília, com representantes da Articulação Mulher e Mídia, para organizar, para maio próximo, um seminário nacional, sobre o controle social da imagem da mulher na mídia.


Com esse seminário, a Articulação e a SPM darão início a um processo de construção, no movimento feminista, de uma rede que terá a função de monitorar os meios de comunicação. Assim, as mulheres assumem, claramente, a luta por outra mídia no Brasil que democratize os meios de comunicação e que tenha um controle social sobre ela.


As mulheres querem assumir o monitoramento ao conteúdo veiculado pelos meios de comunicação no país, principalmente, a televisão, com base numa avaliação de que a maioria das mulheres brasileiras não se reconhece na TV. Essa TV que banaliza o sexo e a violência, que trata como naturais a fragilidade e a subalternidade, e que reforça a maternidade e o casamento como únicas fontes de realização feminina.


Além de iniciar um processo de formação, visando a construção de uma rede de monitoramento da mídia, o seminário deverá dar às mulheres de várias partes do país a oportunidade para a troca de idéias e experiências. Também será um espaço para a reflexão sobre as respostas da sociedade ao controle social dos meios de comunicação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Criação do Fórum Popular de Mulheres de Porto Velho

A criação do Fórum Popular de Mulheres (FPM), em 22 de maio de 1992, em Porto Velho, capital de Rondônia, propiciou o surgimento de novas organizações de mulheres em diversos setores organizados da sociedade local (sindical, popular, partidário, extrativista, indígena, etc). Foi também o surgimento do FPM que deu visibilidade à temática do feminismo e tornou tradicional a comemoração de datas como o 8 de Marco (Dia Internacional da Mulher) e 25 de Novembro (Dia Internacional de Luta contra a Violência à Mulher). Durante os últimos 15 anos, feministas reunidas em torno do FPM foram responsáveis pela mobilização e realização de inúmeras atividades em conjunto com setores da sociedade civil organizada, partidos políticos, representantes da iniciativa privada e da imprensa. Nesse percurso, as mulheres do FPM tornaram-se referência e hoje, são as principais convidadas a proferir palestras e a provocar debates sobre feminismos, direitos reprodutivos, saúde das mulheres, ocupação do espaço ...

Caso Eloá: o que deu errado?

03/11/2008 Por Nilcéa Freire Essa é a pergunta que não quer calar a respeito do desfecho trágico em Santo André, que culminou com a morte da adolescente Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos. Nossa indagação, contudo, não é apenas com relação ao desfecho do caso, mas com as causas não visíveis da morte da jovem: Eloá morreu porque transgrediu a “ordem social”, quando se recusou a continuar o namoro com Lindemberg. A sua recusa, a sua escolha por não estar mais com ele, a sua opção pelo fim da relação, foram a sua sentença: o “lugar” da jovem Eloá na ordenação tácita da sociedade não é a de rechaçar o macho, e, sim, o de, ao ser escolhida por ele, aceitá-lo, acatando sua vontade. morreu previsivelmente por estar recusando uma relação de poder e dominação. Eloá morreu por ser mulher e por ser vítima de uma relação de desigualdade, baseada em uma cultura machista e patriarcal. Segundo essa lógica, a mulher que contraria a “ordem” pode e deve ser castigada para que tudo continue “no lugar”. E...

Em dois anos, Lei Maria da Penha muda sociedade

Por Edneide Arruda Em entrevista concedida hoje (06), a emissoras de rádio de todo o país, a partir dos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília, a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, registrou a passagem dos dois anos de vigência da Lei Maria da Penha. A ministra afirmou que o Brasil está mudando e a sociedade está menos tolerante com a violência contra a mulher. Segundo Freire, “a grande comemoração é a incorporação e a apropriação pela sociedade, de uma nova regra. A grande comemoração é que hoje, no Brasil, todo mundo sabe que existe uma lei e que não se pode mais agredir as mulheres, não se pode mais exercer este poder sobre as mulheres, e que, com a lei, nós podemos discutir na sociedade, as conseqüências da violência contra a mulher." (...) que "não se restringem àquela mulher que está sendo vitimada, mas elas se espalham para toda a família e para toda a comunidade.”, afirmou. Em resposta a um âncora de rád...