Pular para o conteúdo principal

8 de Março e os avanços das mulheres

Por Edneide Arruda

As mulheres viveram o 8 de Março - Dia Internacional da Mulher - deste ano testemunhando o processo eleitoral dos Estados Unidos, no qual a senadora Hillary Clinton luta para ser a candidata do partido dos Democratas, à Presidência de seu país.
Graças à explosão das novas tecnologias, sabe-se que na semana que passou, Hillary reagiu à performance do seu colega de partido, Barack Obama, e se mantém no processo de disputa em busca dos 2.025 delegados necessários para conseguir a nomeação. Até aqui, Obama está na frente, com 1.520 delegados e Hillary com 1.424. Portanto, ainda mostrando fólego para chegar à final. Se chegar, poderá se tornar na primeira mulher a concorrer tão importante cargo em seu país.

Mulheres de todo o mundo acompanham esse processo, se sentindo próximas dele. Isso acontece porque os avanços tecnologicoshoje permitem que os receptores de televisão se tornem “testemunhas de eventos que acontecem em lugares distantes”, como escreve o pensador J. B. Thompson.

Segundo ele, o exercício do poder político hoje acontece numa arena que está "sempre e permanentemente aberta à visão", o que portanto, "se submete a um tipo de escrutínio global"; uma espécie de regime de visibilidade, criado por "um crescente sistema de comunicação globalizado no qual a televisão desempenha um papel central".

Mas este é assunto para outra história.Fato é que, neste 8 de março as mulheres já têm grandes e significativas conquistas em termos de ocupação de espaços de poder (político), que podem servir-lhes de exemplos.
Na América Latina, temos dois fatos recentes. Um deles, foi a eleição em 2006, da médica Michelle Bachelet, para presidente do Chile - sendo a primeira mulher a governar um país Latino-americano, de costumes conservadores e de grande destaque no continente. O outro, mais recente, foi a condução de Cristina Kirchner à Presidência na Argentina, lugar de onde ela tenta sobreviver às intempéries do alto cargo.

No Brasil, as mulheres já marcam a cena política, mostrando sua capacidade política no Congresso Nacional, governando estados de relevância e executando - em ministérios - políticas públicas com características de políticas de Estado, buscando contemplar as mulheres brasileiras.
A partir da criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, são notórios os avanços de promoção dos direitos das mulheres. Exemplos são os mecanismos institucionais de combate à violência de gênero, como o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, que tem no orçamento R$ 1 bilhão para o período 2008-2011, a Lei Maria da Penha e o II Plano Nacional de Combate à Violência contra a Mulher.

Estes avanços representam uma mudança de política de governo, mas, evidentemente, ainda não se refletem como mudanças no comportamento da sociedade. Infelizmente, por algum tempo, ainda teremos de assistir em telejornais e programas radiofônicos, a divulgação de casos de violência de baixo, médio e altíssimo graus, praticados contras as mulheres. E a luta contra este comportamento é de todos e todas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A cada três dias um homoafetivo é assassinado no país

Por Edneide Arruda O Estado brasileiro não tem dados estatísticos sobre o total de homicídios que são praticados no país, quase diariamente, contra pessoas homoafetivas (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais). Entretanto qualquer jornal de cidade do interior, tem seu dia de muita fama, quando divulga tal notícia, e os dados extra-oficiais impressionam. De acordo com o grupo gay da Bahia, Arco Íris, um levantamento, feito em jornais impressos e on line do Estado, revelou que, somente em 2007, pelo menos 122 pessoas morreram pelo simples fato de serem homossexuais. São dados que mostram que, a cada três dias um uma pessoa lésbica, homossexual, travesti ou transexual é assassinada, barbaramente, sem que nenhuma punição seja imputada aos assassinos . A nova coordenadora da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT (Gays, Lésbica, Bissexuais e Transexuais), no Congresso Nacional, senadora Fátima Cleide (PT), alertou aos presentes à I Conferência Nacional de LGBT, realizada neste ...
RIDÍCULO E VULGAR, BOLSONARO DESRESPEITA TUDO  E TODAS AS MULHERES Por Edneide Arruda Hoje, ao sair do Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro falou com jornalistas e, mais uma vez, protagonizou um ataque às mulheres brasileiras. Ao falar sobre as declarações do ex-funcionário da Yacows, Hans River Nascimento, à CPMI das Fack News , acerca de disparos em massa de mensagens, pelo WhastApp , Bolsonaro afirmou, causando risos em apoiadores: "Ela queria dar um furo (risos)...Ela queria dar um furo a qualquer preço contra mim (risos)". O presidente da República se referia à repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, que, em um belo furo jornalístico, noticiou que uma empresa espanhola foi contratada por empresários brasileiros para disparar mensagens em massa, pelo WhatsApp , a favor da candidatura dele à Presidência da República, nas eleições de 2018.  Os insultos sexuais que Bolsonaro...
MULHERES ESPETACULARES BRILHAM NO   #ESQUENTADOMST Por Edneide Arruda Amanheci contente e muito feliz, hoje.  É que ontem à noite, tomei banho com arlequim, dancei no asfalto e brinquei no bloco da liberdade. O brilho do #EsquentaDoMST, prévia carnavalesca, realizada na boate Canteiro Central, no centro de Brasília, inebriou todas as pessoas que foram prestigiar a festa, organizada pelas mulheres do Movimento dos Sem Terra. Por mais de quatro horas, mulheres do campo e da cidade, em sua ampla diversidade - de idade, origem, etnia, orientação sexual e pensamento político - exibiram não apenas alegria, mas, também, alto nível de consciência e coragem de lutar por direitos, justiça social, e, principalmente, por seus corpos e suas vidas. Ao menos 60 artistas passaram pelo palco do #EsquenteDoMST. Cantando, dançando e declamando, as artistas se expressaram por meio da rica cultura popular brasileira, mostrando resistência e exibindo talento. A fest...