
Por Edneide Arruda
Conheci o movimento feminsta há 27 anos, quando fazia o curso de Comunicação Social, na Universidade Federal da Paraíba(UFPB). Por incentivo da feminista Sônia Lima, uma paraibana irreverente, comecei a participar de reuniões e encontros, em casa de outras já históricas feministas.
Ontem, véspera do Dia Internacional da Mulher, tive a feliz surpresa de saber que a jornalista, radialista, produtora cultural e professora universitária, Sonia Lima, foi homenageada como a mulher de comunicação que mais contribuiu para a luta das mulheres na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, nossa terra.
No Teatro do Sesi, Sonia recebeu a homenagem "Mulheres Fazendo História, Patrimônio da Cidade", prestada pela Prefeitura de João Pessoa, numa ação da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres.
Sônia Lima é mais que merecedora da homenagem que lhe foi feita. Mas com simplicidade, ela disse apenas que a ação da Coordenadora de Mulheres é o reconhecimento ao seu trabalho como "jornalista comprometida com mudanças culturais e sociais".
Negra e de família sobre, Sônia é o que se pode resumir na música: alguém que conhece "a dor e a delícia de ser o que é". Sofreu discriminações, mas, corajosa, determina, intransigente e objetiva, vem escrevendo um longo e valioso currículo profissional; notadamente, unido a sua atuação política. Neste percurso, ela circulou da chamada imprensa tradicional à imprensa alternativa paraibanas.
Fundadora do Centro de Pesquisa, Comunicação e Educação para a Cidadania (LIBERTA), uma Ong coordenada por mulheres ligadas à comunicação, Sônia assessorou diversos projetos nas áreas de gênero, saúde e comunicação.
Em 1998, junto com outras jornalistas e radialistas, ela articulou a Rede de MulheresComunicadoras Comunitárias da Paraíba. O programa "Rádio Mulher", uma experiência radiofônica, que foi ao ar durante o XIII Encontro Nacional Feminista, contou com o profisionalismo de Sônia Lima.
Integrante da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Sônia foi eleita Coordenadora Nacional de gênero desta entidade, e, posteriormente, escolhida como sua coordenadora nacional. Em 2005, atuou no Grupo de Especialistas em Controle Social da Rede Feminista de Saúde.A síntese da história de vida desta feminista, ela mesma a faz: "sou uma profissional que coloca seu expertise na luta contra as injustiças sociais, em especial a luta pela eqüidadede gênero, pela promoção da igualdade racial e pela democratização da comunicação."
Como fez comigo, Sônia também conduziu outras mulheres ao mundo do feminismo e da cidadania feminina. Por tudo isso, rendo, vilturalmente, minhas homenagens a ela.
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